A asma afeta cerca de 700 mil residentes em Portugal (Inquérito Nacional de Prevalência da Asma). Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tenham a sua doença controlada, ou seja, cerca de 300 mil portugueses necessitam de melhor intervenção para controlo da doença.

A asma brônquica é um problema de saúde pública que afeta pessoas de todas as idades e, quando não controlada, pode ser incapacitante.

De acordo com a Global Initiative for Asthma (GINA), a asma brônquica é caracterizada pela inflamação crónica das vias aéreas e definida pela presença de sintomas respiratórios tais como pieira (sibilância), dispneia, opressão torácica e tosse devido a um aumento da reatividade brônquica e alterações estruturais das vias aéreas. Podem identificar-se vários tipos de fenótipos de asma, sendo os mais comuns: asma com sensibilização alergénica com início na infância; história familiar de doença alérgica com boa resposta aos corticoides inalados; asma sem sensibilização alergénica, diagnosticada em adultos, mas também em crianças, em que não se verifica associação a atopia e há menor resposta aos corticoides inalados; asma de início tardio que ocorre em adultos, predominantemente em mulheres sem alergia e que necessitam de doses superiores de corticoides inalados para o controlo da doença; asma com obstrução fixa das vias aéreas, em doentes com asma de longa evolução, que apresentam obstrução fixa das vias aéreas; asma e obesidade, que ocorre em obesos que apresentam sintomas exuberantes.

Os fatores determinantes e de risco são cada vez mais relevantes para a prevenção da doença. A exposição a fatores ambientais, nomeadamente a alergénios e irritantes, a poluentes, a fumo de tabaco e a agentes infeciosos, associada a fatores socioeconómicos, é determinante para a asma.
A exposição ao fumo do tabaco in utero ou no período pós-natal está associada a alterações no desenvolvimento das vias aéreas e manifestações de asma nas crianças. Crianças expostas ao fumo do tabaco têm mais infeções respiratórias, concorrendo com a sensibilização alergénica para este fenómeno.

Outros fatores de risco para a asma são: excesso de peso e obesidade, tipo de alimentação (incluindo o tipo de alimentação da mãe durante a gravidez) e fármacos, como por exemplo os antibióticos, que podem alterar a exposição natural a microrganismos ou provocar alterações na flora gastrointestinal e, com isso, aumentar o risco de desenvolver atopia e asma.

A deficiência de vitamina D também poderá estar relacionada com um subsequente aparecimento de asma.

As infeções respiratórias por vírus e algumas bactérias são uma causa importante de agudização da doença; os fatores psicológicos e emocionais como a ansiedade e /ou depressão têm sido associados a um deficiente controlo da asma.

PATOLOGIA ASSOCIADA

A rinite alérgica precede frequentemente a asma e constitui um fator de risco para o desenvolvimento da asma, quer em adultos quer em crianças.
Quando não controlada, a rinite alérgica dificulta o controlo da asma. Na criança, os fatores de risco para a asma sobrepõem-se aos de outras doenças respiratórias obstrutivas. Estes fatores são particularmente relevantes em idade pré-escolar, em que diversas influências podem ter efeitos amplificadores, a longo prazo.

Resultados provenientes de diferentes estudos têm reforçado a hipótese de que a doença das vias respiratórias inferiores na criança, a perturbação da resposta imunológica e as alterações dos padrões de desenvolvimento pulmonar, contribuem definitivamente para a doença pulmonar obstrutiva, verificada mais tarde.