Uma flor dos matagais

Entre outros aspetos notáveis, os jardins do Centro Ismaili caracterizam-se por uma enorme diversidade botânica - mais de 100 espécies diferentes para uma área aproximada de 12500m2. 

Ali tanto podemos encontrar espécies sofisticadas, resultado de longos processos de melhoramento e produção como a roseira ‘Claire Austen’ (já aqui apresentada), como singelas representantes da flora mediterrânica, abundantes nos matagais e campos incultos do nosso país, de que é exemplo a roselha-pequena.

Cistus crispus é um pequeno arbusto de porte ereto e folhagem persistente pouco densa, que geralmente não ultrapassa os 80cm de altura. É conhecido tradicionalmente como roselha-pequena, e em inglês tem a curiosa designação de “rockrose”.

A sua área de distribuição inclui todo o Mediterrâneo ocidental, desde Portugal e Marrocos até à Sicília e Tunísia. No nosso país, surge geralmente em matos baixos e campos abandonados, mas é também produzida em viveiros para fins ornamentais. Resiste bem à secura, e é tolerante ao nível do pH do solo, mas sensível a ventos frios (desenvolve-se melhor se estiver protegida).

É muito fácil de reconhecer pelas vistosas flores que surgem entre abril e junho. As suas folhas são verdes, elípticas, sésseis (sem pecíolo) e crespas (com as margens marcadamente onduladas). As flores são solitárias (ou raramente em pequenos grupos), com 5 sépalas e 5 pétalas, de cor rósea. Tal como outras cistáceas (roselha-grande, esteva), é uma planta melífera – as abelhas produzem mel a partir do seu pólen. Por todas estas características, podemos dizer que se trata de uma espécie de elevado valor ecológico, contribuindo para a proteção do solo contra a erosão e para a biodiversidade.

Segundo o portal florestar.net, a roselha-pequena pode ser cultivada facilmente no nosso país em todas as regiões a sul do rio Mondego. No Centro Ismaili, procure-a no talude junto às oliveiras!