A terceira idade é habitualmente marcada pela fase da reforma laboral. Para algumas pessoas significa que já cumpriram com as suas obrigações profissionais e que é tempo de se dedicarem a novos estilos de vida e, para outras, pode significar que deixaram de ser necessárias e que têm de se resignar a ver o tempo passar.

Seja qual for a forma como se sente a reforma e se perceciona a idade, há sempre que tomar uma decisão: como posso e devo aceitar a mudança?

Com os adolescentes passa-se o mesmo. É a fase de decidirem o seu percurso de futuro, têm de escolher a área de estudo que querem e como vão enfrentar os novos desafios, quer em termos das suas obrigações escolares quer em termos da sua autonomia/liberdade pessoal.

São grupos etários cujas mudanças físicas, emocionais e até cognitivas, são muito relevantes. Se nos primeiros (reformados), as alterações do corpo se fazem notar através das rugas e outras mazelas, nos segundos (adolescentes), estas também se evidenciam pela acne e por tantas outras provocadas pelas hormonas. Em ambos, os estados emocionais também sofrem fortes oscilações, ora de irritabilidade, ora de ansiedade, ora de tristeza súbita ou alegria momentânea. Ao nível cognitivo também é possível perceber, quer na terceira idade quer na adolescência, como se vai alterando a nossa interpretação sobre o que nos rodeia e sobre o que pensamos e esperamos das pessoas e do mundo.

Estas etapas, talvez sejam as que mais desafios nos colocam, nomeadamente: a forma como nos queremos olhar ao espelho, aceitando como somos e como nos encontramos, o modo que vamos escolher para seguir em frente e quais as estratégias e recursos que devemos desenvolver para nos valorizarmos e construir novos planos de vida.

Tal como a adolescência, a terceira idade é também a oportunidade de encontrar novos projetos, de realizar atividades saudáveis para o corpo e para a mente e de mantermos a curiosidade em aprender novas “coisas” que nos fazem sentido.

Sendo assim, a Terceira Idade é também a Terceira Adolescência.