Nesta altura do ano, com as primeiras chuvas, muitas matas e jardins enchem-se de cogumelos, para deleite das crianças e visitantes curiosos. Com formas, tamanhos e cores muito variadas, os cogumelos são na realidade as estruturas reprodutoras (ou carpóforos) de alguns tipos de fungos, cuja estrutura base é geralmente invisível a olho nu.

À parte o seu encanto, os cogumelos - ou mais precisamente os fungos em geral - têm um papel fundamental no ciclo de vida de qualquer ecossistema. Este grupo de seres vivos (nem animais nem plantas, são um reino à parte!) tem a particularidade de utilizar a matéria orgânica para crescer, dando origem a elementos mais simples, um processo designado por “decomposição”, fundamental para fechar o ciclo da matéria.

Além dos fungos, existem bactérias e protozoários com esta capacidade de decompor matéria orgânica, transformando-a em nutrientes que são depois absorvidos pelas plantas, pelo que todos eles desempenham um papel fundamental no equilíbrio global.

Segundo Celeste Santos e Silva e Rogério Louro, da Universidade de Évora (www.naturlink.pt), o reino dos fungos engloba cerca de 1,5 milhões de espécies diferentes. São, portanto, o maior grupo de seres vivos existente na Terra, e distribuem-se por todas as regiões do globo, desde as florestas tropicais às planícies geladas da Antártida.

Todos sabemos também que existem alguns cogumelos úteis na alimentação, mas existem igualmente espécies altamente tóxicas. Por isso, sempre que vir um cogumelo, aprecie a sua beleza, fotografe-o ou faça um desenho, mas não lhe toque, a não ser que esteja acompanhado por um especialista!