O que é uma sociedade pluralista? Qual é o caminho para lá chegarmos?

Preparámos uma semana repleta de iniciativas e programas que nos vão ajudar a refletir sobre estas e muitas outras questões. Venha descobrir mais sobre a semana do pluralismo.

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Ya Ali Madad,

Iniciamos esta edição especial da newsletter refletindo sobre a definição do que nos traz aqui hoje.

Qual é a definição de Pluralismo? Um sistema plural é aquele que aceita, reconhece e tolera a existência de diferentes ideias, opiniões ou pensamentos. Ou seja, o pluralismo é o reconhecer e a aceitação da existência da diversidade.

De acordo com o dicionário, o conceito de diversidade é definido como “tudo aquilo que é diverso, que tem multiplicidade”, ou seja, é tudo aquilo que apresenta pluralidade e que não é homogéneo. Ora, num contexto social, a diversidade é justamente isso: a convivência de indivíduos diferentes em relação à etnia, cultura, género etc., num mesmo espaço ou numa comunidade.

Teoricamente, parece simples, mas, na prática, conviver num ambiente diverso é uma tarefa complicada devido, na maioria das vezes, a preconceitos da sociedade ou ao etnocentrismo. 

O etnocentrismo consiste numa visão do mundo que privilegia os hábitos da nossa própria cultura, exatamente por partirmos deles, o que faz com que nos coloquemos no lugar central e olhemos o outro, “o diferente”, como o inferior ou o errado. Ou seja, são as nossas próprias noções de mundo que servem de referência para o que seria uma análise do mundo correta (mas sem ser verdadeiro), tornando o diferente algo menor, causando estranheza, preconceitos e até mesmo a hostilidade.

E como podemos combater este fenómeno negativo? De um modo muito simples - procurando a informação. Incentivando a educação.

O caminho é entendermos que existem formas distintas de pensar, de viver e de agir. É também fundamental adotarmos uma postura respeitosa perante os outros. E isto é algo que precisa ser estimulado desde a infância, para que as crianças cresçam empáticas e sem preconceitos.

É também crítico conhecermos a nossa própria história e, através dela, encontrarmos pontos comuns. Existem muitos elementos que fazem parte da representação de uma comunidade, como a religião, o idioma, costumes, danças, arte, culinária, música, entre outros. Com isso, as pessoas que pertencem a um determinado grupo conseguem identificar-se com essas características comuns e construir uma identidade partilhada.

E aqui chegamos finalmente ao conceito de empatia. Empatia é a habilidade de entender a necessidade do outro. É sentir o que uma pessoa está a sentir colocando-se no lugar dela e ver o mundo pela sua perspetiva. E somos todos empáticos? Talvez não. Mas temos todos a capacidade de a desenvolver. 

Com estes conceitos na mente, e em mote de celebração do Dia Mundial para a Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, que se celebra hoje, dia 21 de maio, vamos iniciar uma semana repleta de iniciativas, sob o nome “One Jamat. A Million Voices”. 

Para melhor apreciarmos a diversidade existente na nossa comunidade em Portugal:

  • Vamos ouvir, na primeira pessoa, vários testemunhos de membros da comunidade com diferentes origens e histórias para partilhar.
     
  • Vamos ficar a conhecer um pouco mais sobre a cultura e tradições diferentes que se convergem e enriquecem cada vez mais o nosso Jamat. 
     
  • Vamos lançar iniciativas onde o Jamat pode partilhar a sua perspectiva. 
     
  • Vamos refletir sobre a visão do Imam para o futuro e qual o mandato para nós, Jamat português, como seus embaixadores.

E como nós Jamat, voluntários e instituições, podemos contribuir para uma inclusão positiva de membros recém-chegados, contribuindo para um espírito de entreajuda no seio da comunidade!

Esperamos poder contar consigo nesta semana que preparámos especialmente para si e gostaríamos muito que no final desta celebração fossemos capazes de refletir em conjunto sobre os temas que serão abordados, sobre as histórias que serão partilhadas e que consigamos todos, em conjunto, desenvolver a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, e quem sabe,  passo a passo, construir um mundo cada vez melhor e de nos tornarmos pessoas melhores.

“Não quero que minha casa seja cercada por muros de todos os lados e que as minhas janelas estejam tapadas. Quero que as culturas de todos os povos andem pela minha casa com o máximo de liberdade possível.”
Mahatma Ghandi