A Musicoterapia é normalmente definida como a “técnica de comunicação verbal e não-verbal que utiliza a música e os sons com finalidades terapêuticas”. Assume-se como uma terapia auto-expressiva, com forte incidência nas funções cognitivas e estados emocionais, proporcionando aos seniores o contacto com a sua criatividade, potencialidades, memórias e histórias de vida, restituindo-lhes parte de um sentimento de poder e utilidade.
“Somos criaturas musicais de forma inata desde o mais profundo da nossa natureza”, nas palavras de Stefan Koelsch, psicólogo e neurocientista. “A música é uma sucessão de sinais acústicos que os nossos ouvidos recolhem e enviam ao cérebro”, na opinião do especialista. Aí, são descodificados e é-lhes dado significado. Existe a transformação de um som em “algo” compreensível.
Os primeiros relatos sobre o uso de musicoterapia estão referenciados nos Papiros de Lahun, coleção de textos que narram tópicos de vida do cidadão comum do Antigo Egipto.
Na Grécia Antiga, também há registos que mostram a importância social e terapêutica da música.
No entanto, o potencial da música foi reconhecido no século IX, durante a Idade de Ouro Islâmica, período em que teve ampla utilização terapêutica.
Em relação à musicoterapia moderna, a história tem suas raízes nos hospitais militares da 2ª Guerra Mundial, como forma de ajudar na recuperação de soldados que regressavam das batalhas, sendo especialmente voltada para pacientes com transtornos mentais e emocionais.
Através das canções de uma vida, é possível relembrar momentos que marcaram uma determinada fase da vida.
O “Envelhecimento Ativo” é uma das metas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que tem como objetivo proporcionar um envelhecimento mais digno, com oportunidades, assistência à saúde e segurança, tornando essa etapa da vida uma experiência com mais realização e bem-estar. Nesse sentido, a musicoterapia, uma terapia expressiva, ajuda na promoção de uma vida mais saudável, produtiva e com bem-estar geral, contribuindo para o “Envelhecimento Ativo”.
Proporciona, ainda, a valorização das experiências dos seniores, podendo ser reforçada a sua autoestima e o fortalecimento da sua própria identidade ou de grupo.
Seniores com demência podem e devem desfrutar dos benefícios da musicoterapia. Esta prática mostra-se bastante eficaz como complemento a outras terapias, como a fisioterapia e a terapia da fala.
Além de estimular o bom humor e ajudar a reduzir a ansiedade e o stress, a musicoterapia:
- Melhora a expressão corporal;
- Estimula a coordenação motora;
- Controla a pressão arterial;
- Auxilia em doenças mentais;
- Melhora os distúrbios do comportamento;
- Ajuda a suportar dores crónicas.
