Esta semana damos especial destaque ao alecrim-anão (Rosmarinus officinalis ‘prostratus’), uma forma particular de alecrim, espécie muito comum nas paisagens mediterrânicas, associada a ambientes soalheiros e luminosos. Talvez por isso, foi surpreendente encontrar este pequeno arbusto em plena floração, aproveitando os dias mais amenos deste inverno em Lisboa…
O alecrim é conhecido sobretudo pelas suas propriedades aromáticas e alimentares, sendo também explorado como planta ornamental, medicinal e na indústria cosmética. Além destas propriedades, o alecrim-anão é também muito apreciado pela sua rusticidade e porte rasteiro, formando verdadeiras “almofadas” verdes, mesmo em terrenos difíceis (declivosos, rochosos e pobres em matéria orgânica). Está também perfeitamente adaptado a solos de pH elevado (planta calcícola).
Por outro lado, e tal como muitas espécies mediterrânicas, o alecrim-anão suporte verões quentes e secos, sendo um importante aliado quando queremos reduzir o consumo de água para rega num jardim. Esta característica resulta de algumas adaptações morfológicas e químicas, como a forma e tamanho das folhas, o seu revestimento e a produção de óleos essenciais. A própria configuração em tufo denso reduz a evapotranspiração, uma das funções fundamentais em qualquer espécie vegetal, relativa ao equilíbrio hídrico.
Por último, vale a pena observar com atenção as pequenas flores labiadas (assim designadas porque têm sempre um “lábio” bem visível) - são autênticas obras de arte em miniatura!
