Esta visita foi uma consequência de uma série de eventos nos quais o Príncipe Hussain concedeu visitas guiadas ao seu ensaio fotográfico, às crianças e jovens Ismailis. A exposição apresenta mais de 100 fotografias que retratam a beleza, fragilidade e diversidade da vida marinha, refletindo as preocupações ecológicas e ambientais do Príncipe Hussain.
No passado mês de novembro, o Príncipe Hussain conduziu três visitas guiadas a mais de 130 jovens Ismailis de diferentes idades, com o objetivo de os consciencializar acerca dos ecossistemas oceânicos e das ameaças iminentes que enfrentam por excesso de plástico, poluição, pesca excessiva e mudanças climáticas.
Cada grupo teve a oportunidade de fazer perguntas e de ouvir as histórias de cada figura, de cada espécie e de cada região representada. No decorrer da visita, os jovens tiveram também a oportunidade de aprender mais sobre a paixão do Príncipe Hussain pela vida marinha e pela fotografia, e mais tarde retrataram isso nas suas próprias obras de arte atualmente expostas no Salão de Exposições do Centro Ismaili, Lisboa.
Esta exposição tem como objetivo chamar a atenção para a necessidade e urgência de proteger, conservar e gerir a nossa herança e os nossos recursos oceânicos.
A fé no Islão ensina os seu seguidores a cuidar da criação de Allah, incentivando-nos a cuidar dos recursos naturais que nos foram dados como presente, e a não desperdiçar ou perturbar o equilíbrio da natureza. Dado que habitamos a Terra apenas por um tempo relativamente curto, cada um de nós tem a responsabilidade de deixar para trás um ambiente melhor para a próxima geração.
Mawlana Hazar Imam refere muitas vezes a importância de cuidar do meio ambiente. Em Ottawa, em 2013, ele afirmou: “A nossa fé recorda-nos constantemente de observar e agradecer a beleza do mundo e do universo à nossa volta, e a nossa responsabilidade e obrigação, como bons cuidadores da criação de Deus, de deixar o mundo em melhor condição do que o encontramos. ”
Desde tenra idade que o Príncipe Hussain se interessa pela vida marinha, tendo começado a mergulhar aos 14 anos, o que aumentou ainda mais o seu interesse pela conservação da natureza. As suas fotografias já foram expostas em várias exposições nos EUA, em França, na Suíça e no Quénia.
Durante a sua primeira visita guiada, o Príncipe Hussain afirmou: “Adoro animais desde muito, muito pequeno (...) e estou realmente preocupado com a possível extinção de algumas destas espécies, em certa altura, possivelmente ainda no nosso tempo de vida.”
A exposição apresenta fotografias subaquáticas de golfinhos, leões marinhos, tartarugas, tubarões, entre outras, e alinha-se com muitos dos temas que os alunos exploram no currículo do Talim e do STEP durante as aulas de educação religiosa e civilizacional, incluindo a criação de Allah, o ambiente sustentável, o serviço, a consciência social, a humildade e a generosidade.
Uma das jovens participantes, Noor Francisco, disse: “Aprendemos sobre assuntos importantes, como a extinção em massa de criaturas vivas, neste caso específico, criaturas do mar. O Príncipe Hussain revelou-nos também que, em determinadas circunstâncias, os seres que já tinha fotografado em mergulhos anteriores são quase impossíveis de serem encontrados hoje, como os recifes de coral. ”
Outra participante, Alyanna Bhanji, referiu o seu mais recente interesse na conservação da vida selvagem, afirmando: “Eu nunca estive muito interessada neste tópico, mas após esta visita quero saber mais sobre a vida marinha e quero ter mais conhecimento sobre tudo. Esta foi uma oportunidade espetacular e única e estou muito agradecida por ter feito parte dela.”
As fotografias do Príncipe Hussain já foram publicadas em dois livros, Animal Voyage em 2004 e Diving into Wildlife em 2015. As suas mais recentes fotografias foram também publicadas em vários blogs da National Geographic.
Num discurso, no início do ano, proferido em Estocolmo, o Príncipe Hussain questionou “Não seria bom se pudéssemos ter a oportunidade de ver golfinhos, tartarugas, tubarões e baleias na natureza nos próximos anos? Respirar ar fresco? Continuar a fazer crescer colheitas e alimentar-nos? Beber água limpa e não desperdiçá-la? Ser comedido e respeitador? Reduzir o nosso impacto? E caminhar em praias sem plástico e testemunhar desertos e planícies limpos?”
Tal como os jovens estudantes aprenderam, respeitar as dádivas da criação e encontrar novas formas de se adaptar e cuidar do nosso planeta, pode permitir-nos prosperar e crescer em conjunto com a natureza, possibilitando-nos deixar um ambiente sustentável para gerações vindouras.
A exposição encontra-se patente no Museu de História Natural e da Ciência até ao dia 29 de dezembro de 2019. Não perca a oportunidade de visitar!